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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Apenas um conto...

Me deparei com essa imagem no Tumblr e deu vontade de escrever algo sobre ela... 
Pensei... Pode ser o próximo enredo de um livro meu?
E se for apenas mais um conto, curto, mas pra inspiração não passar? Pois é. Então lá vai:


Título: A felicidade é a vida que continua...

Éramos jovens sonhadores quando saímos da casa de nossos pais e resolvemos no casar e vir viver a nossa vida.
Ainda me lembro de quando caminhando sem rumo com duas pequenas malas nas mãos, dois livros, de chapéis na cabeça e uma sexta com um pedaço de pão feito em casa, uma garrafa de água e alguns biscoitos...

Dois corações aventureiros sorrindo felizes.
Podíamos não ter nada, mas tínhamos a vida que escolhemos ter, sempre tivemos.
Encontramos na beira do mar a casinha mais linda que se pode imaginar, era velha e abandonada, cheia de pó, fiquei espirrando três dias, eu era uma mocinha muito fresca, mas não me importava a simplicidade, a dificuldade, só o que me importava era ter as pequenas coisas da vida e poder dar valor a cada uma...
Escolhemos assim, afinal queríamos aproveitar todo momento possível lado a lado. Para o resto de nossas vidas.
Fomos logo tomando conta da casa e dando nosso toque de amor nela...
Fizemos um canteiro de peônias e delicadas miosótis com algumas poucas sementes que ganhei de um amigo lenhador como presente de casamento, bem ao lado de uma cerquinha de bambu em volta da casa para não fugir o cachorro que sonhávamos em comprar, limpei a casa com um pedaço de pano velho de um vestido que abri mão.
Dentro da casa tinham apenas um fogão a lenha, uma rústica mesa de madeira, três banquinhos meio quebrados, e umas cuias de barro com umas lascas nas beiradas que seriam úteis...
As janelas estavam com os vidros quebrados, algo que resolvemos depois de um certo tempo morando na nossa casinha.
Foram dias difíceis, mas ao mesmo tempo os melhores de todos os tempos.
Na aldeia que ficava ali perto, consegui sementes de tomates e cenouras, mudas de alface e mais água para mais alguns dias, em troca de uma écharpe que minha mãe me dera para os dias frios.
Fizemos nossa horta juntos, as mãos sujas de terra. Guardávamos em nossa casa só o essencial, e íamos caminhando até a aldeia para vender ou trocar o que podíamos...
Aos poucos fomos conquistando uma vida melhor.
Galinhas no terreiro, milho, o nosso pequeno cãozinho Dobby, uma bicicleta linda...
Alexander e eu, nunca enjoávamos da vida que tínhamos, era divertido andar de bicicleta, e fazer tudo juntos, nunca cansávamos um do outro.
Nunca pudemos ter uma criança, mas eu não me importava.
Foi uma grande alegria quando conseguimos uma cama com seu colchão de palha, fiz uma colcha de retalhos que ficou muito linda, as janelas e as paredes pintamos ao meio de gargalhadas, eu era um desastre como pintora, ele sujou meu nariz...
Quando conseguimos folhas e lápis ele desenhou alguns dos momentos que passamos juntos, guardo tudo em uma sacola de pano.
Quando surgiram as primeiras peônias eu as colhi e fiz peônias para vender, compramos roupas novas e conseguimos dinheiro suficiente para ir a uma festa dançante na aldeia, me diverti aos quilos.
Um dia Alexander construiu uma pequena jangada, onde íamos sempre pescar, eu era uma ótima pescadora, adorava quando ele me elogiava, sempre íamos e voltávamos para o mar...
Num lindo dia fomos fazer um piquenique entre um campo de girassóis e tomamos uma chuva gelada na volta.
Peguei uma gripe que me deixou fraca por muito tempo.
Assim Alexander ia sozinho pescar, e eu ficava sentada sob o farol, sempre esperando ele voltar, ele trazia peixes e sempre trazia pérolas, dizia que elas ficavam lindas nas guirlandas que eu fazia, e dizia que eu ficava linda com as tais guirlandas.
Ele fazia chás para mim e cuidava de mim com carinho, à base de biscoitos, cobertas quentinhas, abraços, beijinhos e uma bela leitura.
Eu amava ouvi-lo ler para mim.
Amava ver seus traços ao desenhar...
Amava e amarei sempre.
Sem muita saúde me dediquei mais á casa do que à pescaria, um certo dia ele saiu para pescar, esperei por ele à noite toda, mas ele não voltou...
Chorei, chorei, chorei...
Meu coração foi arrancado fora, e eu fiquei só.
Onde estaria meu amor?
Durante as tardes olhando o por do sol me lembro dele, e espero por ele...
Espero e o sinto comigo...
Espero e sempre esperarei...
Mas quando lutava contra a tristeza recebi o meu presente mais belo.
Ele me deixara uma bela criança.
A criança que encheu minha vida de alegria quando ele se foi.
E agora deixo essa criança já criada, cheia de saúde, cheia de vida, cheia de amor...
E sou eu quem vou partir agora, já posso sentir que a hora da partida se aproxima...
E minha criança já crescida fica para continuar a história de onde parei, uma história de amor, uma história de vida...

Aí... chorei. kkk... Foi uma história triste, não? Mas uma história com final feliz, afinal a vida continua aos que ficam, prontos para escreverem uma nova história de amor com continuação feliz!
Beijokas, acreditem na felicidade, só assim se pode alcançar!
Boa sorte à todos...

5 comentários:

  1. Tu também escreves muito bem querida! Eu tenho sempre medo de as pessoas usarem máscaras e enganarem-me, mas faz parte da vida: são lições que aprendemos.

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    1. Que isso... kkk... ^.^ Realmente, é difícil conseguir confiar em alguém já que até o que está mais próximo à nós acaba nos traindo... Vida!

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  2. Nossa... arrepiei, sem mentira!!! Amei, vc está mt inspirada ein!!! Olha estou sem palavras, essa história me faz lembrar os livros de romance do Nicholas Sparks, onde o amor vence a td não importa o q aconteça... Realmente maravilhosa a sua história....

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    1. Ownt obrigada... Ixi... Parecendo Nicholas Sparks. kkk... Me senti agora. kkk... Obrigada pelo comentário. ^^

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  3. Obrigada! São estas pessoas que quero manter para sempre na minha vida...porque elas são muito especiais :)
    Beijinhos.

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